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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Revista Veja mostra pastores como pessoas ambiciosas e com sede de poder

Matéria tendenciosa da VEJA SP ignora a realidade da maioria dos pastores do país

Revista Veja mostra pastores como pessoas ambiciosas e com sede de poder
A revista Veja SP publicou uma reportagem, assinada por João Batista Jr., que participou da quarta edição da Escola de Líderes da Associação Vitória em Cristo (Eslavec). Ele acompanhou, durante os quatro dias do evento, o que chamou de “um dos maiores cursos nacionais para a formação de pastores”.
A matéria mostra como cerca de 5.000 pessoas se reunirem para ouvir pregadores no evento criado por Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. O maior destaque foi para o custo de R$ 4 milhões do encontro e o fato de 3.000 matrículas serem distribuíram de graça pela organização.
O pastor Malafaia foi retratado como uma pessoa ambiciosa que já tem 120 igrejas no Brasil e quer mais  250 templos em dez anos.  A matéria enfatizou também como os evangélicos falam sobre dinheiro, no que chamou de “supermercado da fé”, quando o material da Central Gospel (livros, DVDs e CDs). “Você compra com cheques para trinta ou sessenta dias, revende ao pessoal da sua igreja e ainda ganha um cascalho”, afirmou Malafaia.
Ressaltou também a presença do pastor norte-americano T.D. Jakes, da Potter’s House, de Dallas no evento. “Ele cobra US$ 300.000 por palestra, mas para mim fez por US$ 60.000”, explicou Malafaia.
A revista Veja deu ênfase no crescimento dos evangélicos nos últimos anos: “Com mais rebanho para cuidar, aumentou também a necessidade de acelerar a formação dos pastores”. Para isso, segundo a revista existe um alto “grau de profissionalização do negócio”.
Ressaltando que um pastor associado ao ministério de Malafaia pode ganhar um salário de “até R$ 22.000 por mês”, quanto na Renascer chega a “R$15.000 para os membros mais graduados”.
“Comuns no meio corporativo, as estratégias para reter talentos e premiar funcionários que cumprem metas de lucros foram incorporadas ao mundo neopentecostal por Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. Nos anos 90, quando ela passava por um forte processo de expansão, Macedo criou um meio de supervisionar seus encarregados. Eles permaneciam, em média, de um a dois anos em um templo para evitar que saíssem para abrir a própria igreja, levando os fiéis”, afirma a reportagem que tenta mostrar os pastores presentes no evento como pessoas que almejam apenas o crescimento numérico e de poder, e só falam em dinheiro.
No final, faz uma lista de “mandamentos para faturar e conquistar fiéis”, intitulada “TEMPLO É DINHEIRO”:
Inovar nas ofertas
Há múltiplas alternativas para pedir contribuições: para a construção de novos templos, para imprimir livros, para ajudar a gravar um CD ou para pagar uma palestra de um pastor de outro estado. A venda de objetos como fronhas e toalhas figura entre outras fontes de receita. É fundamental ter máquinas para receber ofertas nos cartões de débito e de crédito.
Caprichar no discurso
Frases de efeito, muitas vezes cheias de clichês, são ditas a cada minuto de forma a dar ênfase à mensagem e prender a atenção da plateia. “Não deixar o cavalo morrer na batalha”, “A fofoca é capaz de destruir as bases sociais” e “Morar com a sogra é ruim porque se dá um incesto emocional” são alguns exemplos. Fechar os olhos enquanto se prega dá ares ainda mais dramáticos.
Ter dons artísticos
Chorar, soltar o gogó como se cantasse numa ópera e pular de um lado para o outro. O púlpito, muitas vezes decorado com telões de LED, vira um palco, onde o pastor faz um monólogo. Daí ser fundamental dominar técnicas teatrais, como saber dar ênfase exata a determinadas palavras e mexer os braços de forma a projetar uma imagem de profeta. O visual deve sempre estar alinhado.
por Jarbas Aragão
via gospel prime.

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