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domingo, 15 de julho de 2012

São Paulo terá ao menos 15 pastores evangélicos candidatos


Pelo menos 15 pastores representando Igrejas evangélicas de diferentes denominações concorrerão a vagas na Câmara de São Paulo. Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral, somente o PSDB terá quatro representantes: os pastores Hideraldo Pagliarin, da Comunidade Cristã Paz e Vida, José Pagliarini Filho, da Igreja do Evangelho Quadrangular, Everson Marcos, da Igreja Quadrangular, e a missionária Edilaine Pires, da Catedral da Benção.
A força dos evangélicos na política ficou mais evidente na última eleição presidencial, em 2010, quando a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, precisou convocar uma reunião com pastores para dar explicações sobre suas posições sobre o aborto e o casamento gay. O então candidato José Serra, do PSDB, usou em seus programas na TV a imagens de pastores como Silas Malafaia e Valdemiro Santiago o apoiando.
Mas o PSDB não é o único a se preocupar com isso. O PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, lançou como candidatos os pastores Jean Madeira, que está à frente da Força Jovem Brasil, e Jefferson Julião.
O PP tem como candidatos o pastor Edemilson Chaves, ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, e o PHS terá o pastor João Lisboa. O PV conta com o pastor Matusalém Cunha, da Assembleia de Deus, e o DEM com o pastor Atalaia, da Igreja Evangélica Missão Atalaia.
Concorrem ainda a uma vaga para vereador os pastores Moisés (PSC), Claudio Rogério Modesto (PDT), o apóstolo Celso Salgueiro (PMDB), da Igreja Evangélica do Povo de Deus, o bispo Fernando de Oliveira (PHS), e a pastora Léa (PTN).
Daniel Sottomaior, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) acredita que “O Brasil está se tornando um país evangélico e a tendência é que os partidos se evangelizem também”. Para Sottomaior, pastores que concorrem nas eleições “são um bom negócio para as legendas, que tem um candidato que não parte do zero, já tem um público que o vê como autoridade moral e intelectual, e são seus potenciais eleitores”.
A missionária Edilaine rebate, dizendo que “o evangélico se conscientiza mais a cada dia”. “Não basta o candidato ser evangélico, precisa ter carisma, estar próximo do fiel para conseguir o voto. O missionário que chega, abraça sem fazer acepção, está próximo, que mostra carinho por todos tem mais chance de conseguir o voto.” Ela acredita ainda que, com o crescimento dos evangélicos do país, “mais partidos irão se aproximar para caminhar junto”.
Segundo o Censo Demográfico de 2010, divulgados em junho pelo IBGE, a população evangélica no país totaliza 22,2% da população do país, cerca de 42,3 milhões de pessoas.
As igrejas Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus, Mundial do Poder de Deus e Internacional da Graça de Deus reúnem cerca de 706 mil pessoas em São Paulo, cerca de 8% dos eleitores. Nas últimas eleições municipais, em 2008, um vereador precisou, em média, de 25 mil votos para se eleger.
A Câmara de São Paulo conta com seis vereadores assumidamente evangélicos: Atílio Francisco (PRB), Souza Santos (PSD), Noemi Nonato (PSB), Marta Costa (PSD), David Soares (PSD) e Carlos Apolinário (DEM). Com exceção deste, todos os demais tentarão se reeleger.
Alguns deles contam com o apoio dos pais famosos para amealhar mais votos, como Marta Costa (PSD), filha do pastor José Wellington Bezerra da Costa, da Assembleia de Deus, e David Soares (PSD) filho de R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça.

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